quarta-feira, 27 de julho de 2011

Memórias de uma piaulista errante

E cá estou eu pra narrar uma de minhas aventuras Brasil afora... Tudo começou em julho de 2010 quando anunciaram a próxima sede do ENECO: Niterói - RJ. Foi um oba-oba que nem presta. Mas e a preparação que é boa, cadê? A preparação em si só veio acontecer quando faltava pouco mais de dois meses. A delegação que outrora era de quinze membros, foi reduzida drasticamente para meras quatro integrantes...isso mesmo apenas quatro garotas! O que, cá entre nós, denota uma forte atitude feminina... quanto aos meninos? Bom, prefiro nem comentar essa parte.


Muito bem, como se já não fosse o bastante nossa parca delegação, chegamos ao evento em meio a uma (des)organização caótica. Encontramos uma sala vazia e deixamos nossas coisas lá. O organizador disse-nos para não desfazermos as malas porque eles ainda estavam separando a sala das delegações. Ok, ajeitamos as malas e fomos dar aquela voltinha básica pelo arredores da UFF. Quando voltamos...pá! Adivinha só? "Nossa" sala havia sido tomada completamente e não tinha mais espaço nem mesmo para respirar... nossa bagagem, é claro, estava cuidadosamente largada em um canto sem esperança alguma de ser desfeita naquela sala. 1ª expulsão completa.

Vamos procurar o "bendito" organizador (deixo a seu critério a adesão de adjetivos que a educação não me permite escrever neste post) para reclamar e conseguir pelo menos um cantinho para colocarmos nossos humildes colchões infláveis. Somos, então, realocadas para a sala da UERJ, que no momento tinha poucos ocupantes. Quando enfim pensamos ter encontrado nosso lugarzinho em meio ao pó, lá vem uma integrante da UERJ pedir "gentilmente" que déssemos o fora dali. Detalhe que, além de nós (galera da UFPI), estavam também uns meninos da USP e duas meninas da PUC-SP, as quais posteriormente se tornariam nossas irmãs no MSD(movimento dos sem delegação). Fomos todos expulsos, mais uma vez, do alojamento. Como estávamos? Bem, eu pelo menos estava a um passo de ir no aeroporto remarcar minha passagem de volta. E minha querida companheira verticalmente prejudicada, Leidiane, disse umas poucas e boas para o organizador, com direito a dedo na cara! Acho que nesse momento ele descobriu que toda mulher baixinha não leva desaforo para casa, porque foi num instante que arrumou uma solução pro nosso problema.

A solução é que seríamos realocadas para o COLUNI (colégio universitário), bem ao lado do campus. Fomos pedir carona ao pessoal da UNICAMP. A galera concordou de bom grado, mas quem disse que o motorista concordava também? Sim, éramos mesmo umas rejeitadas. Os meninos, muito cavalheiros, ofereceram-se pra ir andando conosco enquanto o ônibus apenas levaria nossas bagagens para o novo alojamento. Enfim, chegamos ao nosso lar provisório. Mas isso não quer dizer que o nosso perrengue acabara. Encaramos durante seis dias um banheiro digno de Jogos Mortais e uma comida de qualidade duvidável. Um terror, de fato, mas o caso é que precisou que tudo desse errado para que tudo, enfim, desse certo. Não foi a falta de espelho para a mulherada se maquiar ou os escassos chuveiros quentes que ficaram guardados na memória. Foram as pessoas incríveis que conhecemos por lá. Havia pessoas vindas do Oiapoque ao Chuí, mas as que marcaram nossa viagem foram os paulistas. Um pessoal massa de verdade.

Duas pessoas em especial tornaram a viagem inesquecível:

Thaís Nishimoto - Minha querida japonesa com gps embutido que volta e meia dava uns perdidos, que na verdade eram verdadeiros acertos. Ela que o diga! Simpática, bem humorada, doce, inteligente, fofa e amiga. Obviamente que não são suas únicas qualidades, mas foram as que mais se sobressaíram. Adorei de verdade essa pessoa linda que você é (Sim, eu sei que você vai ler esta postagem, fofinha hehe). Espero sinceramente que nossa amizade se estenda indefinidamente e conto com sua presença em nossa modesta formatura sob o calor eterno de Parnaíba.

Marta Lima - Aloha, panela da minha amiga-tampa Leidiane (Sim, eu sei que você também irá ler esta postagem)! O que posso dizer de você? Pessoa incrível, inteligente, companheira, meiga, divertida, amável e amiga, entre outros adjetivos. Divertimo-nos muito nessa viagem. Impressionante a empatia imediata que houve entre nós. Coisas de piaulistas. Também desejo que nossa amizade se estenda indefinidamente e creio que a senhorita será obrigada a encontrar um espaço na sua agenda para comparecer na nossa formatura.

Sei que a descrição das duas foi meio modesta, mas a verdade é que não há palavras que possam mensurar o imenso prazer que foi conhecê-las. Amigas, irmãs sempre juntinhas no refrão: tchum tcha tchum tchum tcha!

Claro que não posso esquecer de mencionar nossos queridos Felipe, Matheus, Guilherme, Caio, Joelsons, Pedro, Ary, JP, Gian, Fábio, Letícia, Larissa, Bruna, Carol e Iara. Essa viagem não teria sido a mesma sem todos vocês.

Quanto ao que eu achei da cidade? Sim, é verdade que o Rio de Janeiro é uma cidade tão bonita quanto dizem. Um cenário perfeito para um encontro absolutamente mágico, mas nem por isso menos real.

Certamente, um encontro marcado há muito tempo atrás.

Aposto que Acaahi, Leidi e Mara concordam comigo.

"A gente se deu tão bem

Que o tempo sentiu inveja

Ele ficou zangado e decidiu

Que era melhor ser mais veloz

E passar rápido pra mim"

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Geração Potter


O que se pode dizer sobre uma série que marcou uma geração inteira? O que falar sobre personagens que, mesmo dotados da atmosfera mágica criada pela autora, mostraram-se tão humanos e tão reais aos seus leitores que se tornaram parte de sua vida, ainda que imperceptivelmente em alguns ou até mesmo completamente em outros?

Tenho orgulho de dizer que faço parte da "Geração Potter". Comprei meu primeiro livro da série, Harry Potter e o Cálice de Fogo, aos dez anos de idade. Jamais tinha ouvido falar sobre Harry Potter e sequer fazia ideia do estrondoso sucesso dos livros mundo afora. Achei o título interessante e pedi que meu pai comprasse. Mal sabia eu, naquele momento, que estava prestes a conhecer uma história que marcaria o fim da minha infância e toda a minha adolescência. Embora eu sempre tenha gostado muito de ler, foi apenas com a série que, de fato, eu comecei a refletir sobre os temas em questão e a absorver os valores transmitidos pela história.

Quem nunca se sentiu invisível e menosprezado como o jovem Harry do primeiro livro?

Quem nunca se achou ou até mesmo conheceu alguém tão inteligente quanto a Hermione Granger?

Quem nunca se pegou fazendo as caras e bocas do Ron Weasley?

Enfim, qualquer um que tenha tido um contato com a história em algum momento se identificou com um personagem ou uma situação. Mais que uma história ficctícia, é um retrato da sociedade atual em meio a um infinito embate de culturas e ideologias. Não é simplesmente o clichê Bem x Mal. É a relidade nua e crua do ser humano. Não é sobre ser um herói certinho ou um vilão inescrupuloso. É sobre escolhas, sentimentos e aprendizados. É sobre ser humano.

A história já foi alvo de inúmeros ataques de diversas naturezas, desde acusações de apologia à magia negra, à violência, etc. Como assim? É verdade que a histórias mostra magias, há lutas, criaturas demoníacas, preconceito. Mas também há cenas de amizade, lealdade, esperança. Agora, reflita: não é assim a vida real?

Todos estamos sujeitos a coisas boas e coisas ruins. Os livros apenas relatam isso, nada mais. A questão é que histórias que arrebatam multidões geram questionamentos que incomodam aqueles que se consideram influentes no mundo. Se todos temos livre arbítrio e temos liberdade de expressão, qual o problema de questionar a realidade?

Corro o risco de parecer fanática se me dispuser a escrever tudo o que gostaria sobre a história de Harry. Meu objetivo aqui é apenas prestar aqui minha singela homenagem. Nesta sexta feira, 15 de julho de 2011, o mundo verá como se encerra uma franquia cinematográfica milionária com a estréia de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II e a autora Joanne Kathleen Rowling perceberá a extensão de toda a influência que a saga de Harry Potter tem sobre uma geração inteira. Será este, realmente, o fim? Creio que não. E como uma vez Sirius Black disse: "Aqueles que nos amam, nunca nos deixam de verdade".

Sei que a série é agora um clássico. Daqui a alguns anos, tenho plena certeza de que os pequenos leitores entre 7 e 10 anos de idade terão ouvido falar de Harry Potter e se encantarão pela magia da história, assim como nós.

Encerro o post com a citação de minha frase favorita da saga Potter:

"O espírito sem limites é o maior tesouro do homem" (Rowena Ravenclaw)